quinta-feira, março 08, 2007

AVÓS




Os avós são a parte boa dos pais. Isso, talvez, pelo fato de não mais possuírem a obrigação de educar os netos como tinham com seus filhos, tendo que, por diversas vezes, contrariá-los, ficando às vezes de coração partido, mas preparando-os da melhor maneira para a vida.
Sobra, assim, a parte boa: presentinhos; passeios; mimos; etc.
Contudo, a convivência com os avós pode ser efêmera. Geralmente já os conhecemos velhinhos. Em média, pode-se afirmar que possuímos cerca de duas décadas para usufruirmos de nossos “grandfathers”. E o que são vinte anos quando presentes apenas na memória, quando já vividos?
Como já nos alertava Schopenhauer: “Vista pelos jovens, a vida é um futuro infinitamente longo; vista pelos velhos, um passado muito breve.” Talvez por isso, nós, animais de tenra idade, não percebemos o quão ínfimo é esse prazo.
Justamente por isso é importante estarmos ao máximo com nossos ancestrais de segundo grau em linha reta. Eles podem não estar mais lá quando lembrarmos. Afinal, tudo o que é bom na vida se esvai com rapidez.
Talvez um dia, quando enfim nos ocorrer, não seja mais possível dizer “eu te amo”. Não haja mais oportunidade de deitar no colo da vovó, ou sorrir diante de um carinho do vovô.
Um dia, quem sabe, quando tivermos nossos próprios netos, poderemos perceber tamanha a importância dos nossos velhinhos, e quanto valor eles nos dão.
Por fim, quem sabe em algum momento de nossas vidas, nos perdoemos por termos deixado escapar tão extraordinárias oportunidades de estarmos com nossos “vozinhos” e “vozinhas”. E vendo nossos netos, o perdão será lançado, ao percebemos que o que sentimos por eles é tão intenso, que a suas simples existências já bastam para sermos felizes.

2 comentários:

Anônimo disse...

esse texto ficou ótimo
tenho muito orgulho de você
te amo!!!

Anônimo disse...

show o texto chapa
abraço