quinta-feira, janeiro 31, 2013

PASSAGENS AÉREAS E OS LIMITES MORAIS DO MERCADO - PARTE I




Fato manifesto e atual, de notório conhecimento, merecedor de reflexão, se refere ao aumento nos preços de passagens aéreas em períodos de final de ano (é possível incluir feriados e datas comemorativas).
O trecho São Luís – Fortaleza, por exemplo, que custa em média duzentos reais, chegou a custar mais de dois mil no período natalino do ano de 2012, para compras realizadas com maior proximidade, o que representa um aumento de mais de mil por cento, em uma época na qual as aeronaves voam com toda sua capacidade preenchida (com número máximo de passageiros).
Numa análise puramente constatativa pode-se concluir que tais aumentos se dão em razão de dois fatores: proximidade entre a data da compra e do voo; e quantidade disponível de assentos. Ou seja, em razão desses dois fatores (menos assentos e maior proximidade) mais se elevam os custos. A constatação se dá por simples consulta aos sites das principais companhias aéreas nacionais, sem exceção.
Sob a ótica do livre mercado o fornecedor de serviços pode cobrar o quanto quiser pelo seu produto. Aplica-se a lei da oferta e da procura, de forma que quanto menos lugares disponíveis e quanto mais pessoas a fim de viajar maior o preço a ser pago por uma cadeira. Além disso, limitar a elevação dos preços seria uma violação à liberdade e uma intromissão indevida na seara privada do indivíduo comerciante.
Doutra banda, não são raras as pessoas que entendem abusiva essa variação de preços sem que haja respectiva elevação no custo da prestação do serviço ou até mesmo a existência de regras mais claras que as limitem e evitem a surpresa. Para quem pensa assim, o mercado teria limites morais.
Um limite moral representa a consideração de valores outros além do aspecto “econômico-lucrativo”, como a natureza do serviço/produto e sua essencialidade, sua função social etc.

Imagem: arquivo pessoal. Flor – Paisagem Desfocada. Canela, Rio Grande do Sul - Brasil.

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